quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A casa do meu pai

Na casa do meu pai
tudo é exigido

Obediência súdita,
quase cega

Me ensinou a mastigar
e a cuspir

Me ensinou a capinar
e a colher

Me ensinou a calar
sem discurso

A vida soletrada
na ponta de um lápis

A casa do meu pai
é o único país que conheço


THIAGO LINS (1978) é natural de Fortaleza (CE). Co-editor do blog.

5 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do poema, Thiago. Parabéns.

sandro so disse...

Bonita ambiguidade, Thiago. O nome do pai � sempre um misto de chancela e maldi�o.

anjobaldio disse...

Muito bom, grande abraço Thiago.

Anônimo disse...

os velhos são isso mesmo, bróder Thiagão: o que queremos e o que não queremos ser. e a gente herda deles um reino feito de quarto, sala e lembranças inacabadas. belo texto

Senhorita B. disse...

Lindo, Thiago! Parabéns!
Abraços,
Renata