terça-feira, 22 de janeiro de 2008

DOS ABISMOS DA SECA

Zuuuuum. O televisor me irrita. É F1, é novela, é big bróder. Zuuummm. Eu pareço o homem e ele, a mulher, fissurada na novela.
- Pega ali um chá pra mim, amor? Hm. Obrigada.
Hoje estamos secos, nada de manga rosa nem de doces. Poderíamos sair pelo verão, correr na praia, qualquer coisa, mas hoje estamos secos e então tu gruda na novela. E eu, no meu outro eu.
KATHERINE FUNKE é jornalista e escritora. Mantém o blog notas mínimas(www.notaminimas.blogspot.com)

5 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do título, Katherine. E de ser um conto não-regional. Isto é: quase-urbano. Ou melhor: sem fronteiras de província e reino, que acabou este papo, né? A secura não é privilégio do Nordeste. E passa numa forma de existir em que há mais excesso do que falta: perto do mar e viva a tecnologia! Contudo, a cotidianeidade, no meu sentir, não decolou tanto. Ou eu não decolei tanto, sei lá. Mas li umas coisas no seu blog que me falaram mais de perto...

anjobaldio disse...

Muito bom este humor corrosivo.

katherine funke disse...

Lima, obrigada pela leitura e pela análise. Tenho que aprender a aprender com elas. Cotidianeidade é um conceito que eu nunca havia pensado. Já humor corrosivo eu sei o que é. Valeu, Anjo.

Anônimo disse...

tá eu achei bacana. a seca, a manga rosa e o doce. um casal derrubado no sofá e provavelmente o Lima Duarte com seus trejeitos centenários e batidos pra caralho em nossa frente. só outro eu mesmo.

Kátia Borges disse...

Os textos de Katherine cabem no espaço da imaginação de quem os lê. Aí reside o valor deles.