Na encruzilhada da vida,
Já não sei que caminho tomo;
se sou velho, menino ou gnomo;
se, entro num bar, peço uma cachaça e tomo.
Pegarei o Dom Quixote para ler o segundo tomo?
Mas, sei – ò, bem sei, que triste tombo!
Não há de chorar por mim um cinamomo.
PELOURINHO
Não julgo cor,
nem escolho tribo
(toda cisão me atrapalha).
Não tenho Deus,
nem o Diabo
que me valha.
Não sou (e isto é o bastante),
proprietário da casa-grande,
nem inquilino da senzala.
ELIESER CESAR (1960) é natural de Euclides da Cunha – BA. É poeta, ficcionista, jornalista e professor universitário. Tem publicado O Azar do Goleiro (novela, 1989), O escolhido das sombras (contos, 1995), Os Cadernos de Fernando Infante (poemas, 1997) e A Garota do Outdoor (contos, 2006). Integra a antologia A Poesia Baiana no século XX, organizada por Assis Brasil em 1999.
7 comentários:
Gostei muito dos poemas.
Dois poemas tão fortes e bonitos, que pela primeira vez na vida desejei ser ladrão...! Congratulações ao EntreAspas por mais este achado poético. E ao poeta Elieser Cesar, que o tornou possível.
Esses poemas são maravilhosos
Esse poeta é muito bom mesmo.Parabéns
Muito bom mesmo esse Elieser. Grande abraço.
Elieser, me perdoe a ousadia, mas levei esses seus dois poemas para a sala de aula. Foi o maior sucesso! Beijos, Ângela Vilma.
grande Cinemomo, elieser.
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