..."Augusta, a infanta, por ali quedava feito tantas outras de sua idade, a sonhar com belos e bons partidos, jovens e raros cavaleiros daquela Europa de brios moribundos, para que, por um desses pudesse ser desposada. Em muito Augusta se destacava; em beldade, cortesia e doçura das demais infantas citadinas; que com ela vez por outra se ajuntavam e com as aias confidentes a bem de confabular seus supostos e fantásticos esponsais ou encontros pelas brenhas trasmontanas, com alguns nobres ou não, que por ali errassem e se encantassem por elas.
Augusta encerrava em si tudo isso; a tenra fase dos suspiros libidinosos juvenis, o ideal do matrimônio perfeito. E como tantas outras de sua idade ao longo de incontáveis séculos, sonhava, tanto quanto, com aquele ato que definisse o todo servir do cavaleiro para com a sua escolhida, a saber: o rapto. Porque a mulher, do alto da indomabilidade de sua alma, espera as mais cabais e tácitas provas de amor por quanto possa se assegurar da querência do cavaleiro por ela. Todas, um dia, sob pena de se enfeiarem no coração, precisam ser raptadas. Este ato aparentemente bárbaro e covarde alimenta o amor próprio do indivíduo-mulher. Por estas ora descritas, vos afirmo, irmãos homens que se aprazerem de ser guiados por estas epístolas; não hesiteis em raptá-las. Por amor vós podeis cometer as mais transgressoras atitudes. "...
Augusta encerrava em si tudo isso; a tenra fase dos suspiros libidinosos juvenis, o ideal do matrimônio perfeito. E como tantas outras de sua idade ao longo de incontáveis séculos, sonhava, tanto quanto, com aquele ato que definisse o todo servir do cavaleiro para com a sua escolhida, a saber: o rapto. Porque a mulher, do alto da indomabilidade de sua alma, espera as mais cabais e tácitas provas de amor por quanto possa se assegurar da querência do cavaleiro por ela. Todas, um dia, sob pena de se enfeiarem no coração, precisam ser raptadas. Este ato aparentemente bárbaro e covarde alimenta o amor próprio do indivíduo-mulher. Por estas ora descritas, vos afirmo, irmãos homens que se aprazerem de ser guiados por estas epístolas; não hesiteis em raptá-las. Por amor vós podeis cometer as mais transgressoras atitudes. "...
(Excerto da epístola XXVIII do romance EPÍSTOLAS AO TEMPO, que Dênisson Padilha Filho já prepara para lançar).
DÊNISSON PADILHA FILHO (1971) é escritor, poeta, contista e roteirista. Autor dos livros Gavihomem (Art Contemp Editora, 1998), Aboios Celestes (Selo Bahia, Funceb, 1999) e Carmina e os Vaqueiros do Pequi (Santa Luzia Editora, 2002). Co-autor do roteiro do curta-metragem Na Terra do Sol (MINC, 2005), dirigido pelo cineasta Lula Oliveira. Também escreveu os ainda inéditos Epístolas ao Tempo (romance), Loquazes Gostamentos (poemas), Calumbi (curta-metragem/cinema) e O Jokerman sentado na pedra fria (curta-metragem/vídeo).
DÊNISSON PADILHA FILHO (1971) é escritor, poeta, contista e roteirista. Autor dos livros Gavihomem (Art Contemp Editora, 1998), Aboios Celestes (Selo Bahia, Funceb, 1999) e Carmina e os Vaqueiros do Pequi (Santa Luzia Editora, 2002). Co-autor do roteiro do curta-metragem Na Terra do Sol (MINC, 2005), dirigido pelo cineasta Lula Oliveira. Também escreveu os ainda inéditos Epístolas ao Tempo (romance), Loquazes Gostamentos (poemas), Calumbi (curta-metragem/cinema) e O Jokerman sentado na pedra fria (curta-metragem/vídeo).
Um comentário:
Ler Dênisson Padilha é ser raptado pelo mundo mágico da poesia, do bom gosto e da beleza que estão contidos em todas suas obras. Certamente ele conseguirá "raptar" muitos leitores para o seu "EPÍSTOLAS AO TEMPO".
Parabéns Dênisson.
Silvino
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