domingo, 25 de novembro de 2007

TRÊS POEMAS DE WLADIMIR CAZÉ

MIGRAÇÃO

Serpente similar
a raiz encolhida
escolhe o trâmite.


Serve de comer terra,
para não sentir dor.


ENGUIA

Víscera arisca, esguia,
vai a hidra, veia magnética.


GAIVOTA

Embora sobrevoe
avenida e praias
de várias cidades,
atravesse vales
situados ao longe
e só volte ao mar à noite,
a gaivota gaiata
avista apenas mapas.


WLADIMIR CAZÉ (1976) é escritor e jornalista. Um dos fundadores da editora cooperativa Edições K, publicou dois livros: "A filha do Imperador que foi morta em Petrolina" (cordel, 2004) e "Microafetos" (poesia, 2005), do qual os três poemas acima foram extraídos. Mantém o blog Silva horrida - Guia de cidades (www.silvahorrida.blogspot.com)

4 comentários:

anjobaldio disse...

Caro Wladimir, gosto de tuas palavras certeiras. Poemas diretos e ao mesmo tempo carregam elegantes metáforas. Grande abraço.

diovvani mendonça disse...

Boas palavras.
Eu diria, veias imagéticas.
Não sou gaivota, mas vôo e pousarei aqui, sempre que os ventos-loucos do tempo, assim o permitirem.

~^^ ~Abraço~^^ ^ das Minas

sandro so disse...

Cazé é mestre em microtons. Trabalha com filigranas.

Anônimo disse...

cazé e seus quase hai kais que abarcam a porra toda