domingo, 2 de dezembro de 2007

NÃO ME FAÇA LER ESTE POEMA

Não me faça ler este poema
cheio de frases secretas
e de tanta inteligência.

Não me obrigue a ler o verso
que algum filósofo sustenta
para me salvar da inércia.

Seja para mim mero poeta
de olhar o horizonte todo um dia
e me convidar a sentar ao cais.

E, então, faça do seu livro um barco,
do poema velas e mastros
e deixe-me soprar.


MARCUS VINÍCIUS RODRIGUES é escritor, advogado e professor. Publicou PEQUENO INVENTÁRIO DAS AUSÊNCIAS (Fundação Jorge Amado/Brasken 2001). Participou das coletâneas CONCERTO LÍRICO A QUINZE VOZES (Aboio Livre, 2004), OUTROS POEMAS DE QUE FALEI (Banco Capital, 2004), e OUTRAS MORADAS (Banco Capital, 2007). Poema extraído da coletânea TANTA POESIA (Banco Capital, 2006).

4 comentários:

Anônimo disse...

Gosto muito da poesia de Marcus Vinícius. E agora da prosa, que conheci no livro "Outras Moradas": belos contos!

Kátia Borges disse...

Mais um belo poema de Marcus Vinícius. Parabéns!

anjobaldio disse...

Imagens de cais e mar sempre me encantam. Belo poema.

Anônimo disse...

Abaixo toda a metafísica! Marvin, o poeta das sensações... e dos doces, hehehe!