MATILHA
Era o cão e o canto
e as pernas cansadas
o cão e o canto
no escuro
a rabiscar o nada.
PÁSSARO
Voa pássaro
que tuas asas são livres e tuas
Voa, e do teu ninho
zomba dos homens
(sós e loucos)
a voar em asas de aço
voa pássaro
que tuas asas são livres
e tuas
HAIKAI
a leve lua
lima as negras horas
e leva a noite embora
SETEMBROS
Não se angustie pelos setembros
eles como a vida passarão
E seus vinhos velhos
virão ao acaso
E entre as folhas
não dirão mais nada.
GEORGIO SILVA(1981) é natural de Riachão do Jacuípe. Músico, estuda letras com espanhol na Uefs. É casado e tem pronto o livro "O Menino em Mim". Co-editor do blog.
6 comentários:
Georgio, gostei muito da escrita animal ("o cão e o canto") em "Matilha".
Abraço
Sandro
Georgio, (in)felizmente penho que apelar para o insuportável "eu gostei". Mas como se trata de poesia, ou melhor, arte não posso deixar de ser un tanto pessoal, pois se não fosse não seria tão sincero. "Setembros" me apunhalou! Fez-me pensar na minha futura e certa velhice...Muito bom!!!
Abração,
Jocenilson
Pois eu digo que gostei sem nenhum pudor ou preocupação. Gostei dos poemas, meu caro. Parabéns. Abr. Carlos Barbosa
Os pássaros de aço às vezes caem e nos deixam tristres e perplexos. Georgio, também sem pudor, digo: amei teus versos.
georgio, teu dia chegou. já conheceço seus poemas e sei de sua carga poética. Abraços, Paulo
Georgio,
Parabéns. Ótimos poemas.
Grande abraço,
Renata
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