quarta-feira, 18 de julho de 2007

Da equipe (6)

MATILHA

Era o cão e o canto
e as pernas cansadas

o cão e o canto
no escuro

a rabiscar o nada.


PÁSSARO

Voa pássaro
que tuas asas são livres e tuas

Voa, e do teu ninho
zomba dos homens

(sós e loucos)
a voar em asas de aço

voa pássaro
que tuas asas são livres
e tuas


HAIKAI

a leve lua
lima as negras horas
e leva a noite embora


SETEMBROS

Não se angustie pelos setembros

eles como a vida passarão

E seus vinhos velhos
virão ao acaso

E entre as folhas
não dirão mais nada.


GEORGIO SILVA(1981) é natural de Riachão do Jacuípe. Músico, estuda letras com espanhol na Uefs. É casado e tem pronto o livro "O Menino em Mim". Co-editor do blog.

6 comentários:

sandro so disse...

Georgio, gostei muito da escrita animal ("o cão e o canto") em "Matilha".
Abraço
Sandro

Palatus disse...

Georgio, (in)felizmente penho que apelar para o insuportável "eu gostei". Mas como se trata de poesia, ou melhor, arte não posso deixar de ser un tanto pessoal, pois se não fosse não seria tão sincero. "Setembros" me apunhalou! Fez-me pensar na minha futura e certa velhice...Muito bom!!!
Abração,
Jocenilson

Anônimo disse...

Pois eu digo que gostei sem nenhum pudor ou preocupação. Gostei dos poemas, meu caro. Parabéns. Abr. Carlos Barbosa

Anônimo disse...

Os pássaros de aço às vezes caem e nos deixam tristres e perplexos. Georgio, também sem pudor, digo: amei teus versos.

Anônimo disse...

georgio, teu dia chegou. já conheceço seus poemas e sei de sua carga poética. Abraços, Paulo

Senhorita B. disse...

Georgio,

Parabéns. Ótimos poemas.
Grande abraço,
Renata