segunda-feira, 16 de julho de 2007

"Perfil" (16)


ENCRUZILHADA


Algo me aflige e não sei o que é.
Sinto relampejos de minhas existências
e não sei o que fazer nem para onde ir.

Vivo a buscar o signo que me presentifique,
que, uma vez enunciado, seja por si.
Estou exausto de ser uma representação.

Tem um bicho dentro de mim que quer
pular para fora de tudo e ser a aurora.

Ah se eu fosse o sol não arderia tanto!



JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO é poeta e jornalista. Publicou os livros Código do Silêncio (2000), Decifração de Abismos (2002) e A Terceira Romaria (2005). Organizou em 2004 o volume Concerto lírico a quinze vozes. É co-editor da revista Iararana e colunista da revista Cronópios. Tem pronto o livro de poemas A infância do Centauro, a ser lançado sábado, dia 21, na LDM Livraria Multicampi, na Piedade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Uma pergunta para o José Inácio:
O que é que você está fazendo entre esses poetastros? Saia dessa gangue!
E meus parabéns pelo belo poema "Encruzilhada". Que final: "Se eu fosse o sol não arderia tanto!"

Anônimo disse...

Sinceramente, Carmen, para elogiar o Inácio, que é bom poeta, você não precisa diminuir os outros autores (que você certamente nem conhece direito), mesmo porque aqui tem escritores jovens muito bons e para os quais sua crítica falaciosa só fará mal, muito mal. Ou você é do tipo que elege "seus melhores" em detrimento dos demais? Se é isso, lamento, mas de críticos como você o mundo está cheio: acabo de olhar a rua e descobrir mais de trinta, quarenta... É preciso compreender que a diferença (pessoal ou de contexto) é também um dos atributos da arte, se não o mais característico e relevante. Sem essa compreensão, quem é leitor realmente?

Anônimo disse...

As inquietações desse poeta dão origem a expressões que adquirem de grande vigor. Muito me impressiona a força de seus versos. Para definir sua poética, uma palavra basta: Fortaleza.

Anônimo disse...

Muito bonito esse poema do JIVM. Tocou fundo. E é isso que importa na poesia, pelo menos para mim.