segunda-feira, 6 de agosto de 2007

"Perfil" (20)


Não venham falar de dor como se fosse privilégio dos sensatos. Afinal, que coisa é essa a sensatez? Um código? Instituição? Trilhos. Paralelos. Sobre dormentes.

Sofro. Não estou buscando compreensão, muito menos tentando me justificar. Apenas preciso abrir as comportas e me derramar porque, por mais que duvidem, sofro.

A dor se instalou em mim quando lhe fiz a pergunta: que será de nós com tantos nós? Uma dor com garras, anzóis na garganta – extraem-se rasgando a carne. Uma dor rainha, tirana. Uma dor como só os loucos de amor podem conceber.


AYÊSKA PAULAFREITAS é professora, ensaísta, poetisa e contista. Autora de livros infantis como Uma casa na varanda (prêmio Monteiro Lobato da Academia brasileira de Letras, 1987). Escreveu em co-parceria com Júlio Lobo o romance, Glauber – a conquista de um sonho e vários trabalhos na área de literatura e comunicação. Trecho extraído de “O que será de nós com tantos nós?”, conto publicado no livro Não deu tempo pra maquiagem (Secretaria de Cultura e Turismo e da Fundação Cultural do Estado da Bahia, 2006).

6 comentários:

anjobaldio disse...

Parabéns pela maravilhosa revista. Voltarei sempre aqui. Grande abraço para todos.

Anônimo disse...

Onde quer que eu esteja, paro para ler Ayêska! Gostei de vê-la por aqui.

Anônimo disse...

Valeu Georgio, obrigado pela visita lá no anjo baldio. Manteremos contato. Um forte abraço.

sandro so disse...

Taí, gostei, Ayêska. Não conheço seu conto, mas o trecho me deixou com vontade de lê-lo. O que é o mais importante.

Ayêska Paulafreitas disse...

Meus amigos, obrigada pela presença. Vocês contam muito. Estou me sentindo em casa.

Anônimo disse...

Ter conhecido a literatura de Ayêska foi uma das melhores coisas que aconteceram comigo nos últimos dois anos. Grande abraço pra você, Ayêska.